quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Manhãs


Um dia como outro qualquer, chuva vento e nuvens carregadas esperando o próximo chorar do céu, em uma
manhã repleta de pássaros cantando o raiar de um sol que
não aparecerá.
Ruas molhadas com apenas marcas de carros, alguns
buracos no meio como alguns que temos em nossas vidas,
desviar deles é uma necessidade de todo e qualquer ser,
pois se cairmos dentro deles estaremos entrando em um
poço sem fim.
Árvores com folhas prestes a cair como se fosse um último
suspiro de uma vida cheia de dor e mágoas, prestes a cair
como o escorrer de uma lágrima após a revelação de um
segredo que machuca no fundo da alma de que recebe a
notícia mais triste, calar o soluço de um choro profundo
e sem fim.
Abraço de mãe que não questiona o ato de seu filho depois
de ser julgado pelo mais severo juiz, é ouvir conselhos e
continuar a andar pelo caminho errado, é não dar o braço a
torcer  por orgulho próprio, é deixar uma oportunidade
passar e não se arrepender depois, é iludir quem te ama
dando uma apunhalada em suas costas.
Isso é exatamente o que vejo nas nuvens cinzas no céu de
uma manhã de verão.